Transgênicos bons para o ambiente e para os pobres?


Boa parte das motivações contra os transgênicos não tem a ver com medo de alimentos tóxicos nem contaminação ambiental. A crítica é que a tecnologia deixa os agricultores dependentes das multinacionais de sementes. Mas um artigo publicado este mês pelos pesquisadores Terry Raney e Prabhu Pingali na revista
Scientific American mostra o contrário.

O primeiro exemplo é o chinês. O instituto de pesquisas estatal da China investiu no desenvolvimento de variedades transgênicas de algodão resistentes a pragas. São sementes que concorrem com às da Monsanto. O resultado foi que o preço das sementes caiu para os 7,5 milhões de agricultores que adotaram os transgênicos. O uso de pesticidas foi reduzido. E, segundo estudo da Universidade Rutgers (EUA) e do Centro Chinês de Política Agrícola, o ganho econômico dos pequenos produtores foi duas vezes superior ao dos grandes fazendeiros.

Outro estudo com algodão transgênico na África do Sul também indicou ganho para os pequenos produtores. Com os transgênicos resistentes a pragas, a incidência de contaminação por pesticidas caiu de 150 casos em 1999 para 12 casos em 2002. “A capacidade científica para oferecer transgênicos seguros e eficazes para uma revolução genética está garantida”, escrevem os autores do artigo. “O que ainda não está claro para os famintos de países em desenvolvimento é quanto tempo vai levar até que alguém produza sementes adequadas e suficientemente atrativas para os pequenos agricultores.”

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